Bem, eu estava tentando escrever um texto sobre Inferno Particular, mas o que deu foi isso:
Eu desci para meu inferno.
Onde minha criatividade se esconde em um quarto escuro e tranca a porta sem em
contar onde está a chave. Nem mesmo lendo os melhores textos, tendo as palavras
perfeitas em mente, elas não acham um texto pra se aplicar. Um texto e um
contexto.
No meu inferno
particular, há uma poltrona velha, um tocador de vinil e quadros em uma parede
escura. Ele pode se confundir facilmente com um lugar onde se encontra a confusão
e as duvidas. Uma musica agridoce toca ao fundo, enquanto eu entro em um caos
interno, buscando uma lanterna e a chave para o quarto onde a criatividade se
escondeu.
Nesse inferno me
sinto vulnerável, e o canto da cama me tara. Olho para o monitor do computador,
que ilumina meu rosto, em meio à escuridão à minha volta. Desvio o olhar para
os livros e faço uma nota mental de conseguir uma estante. Voltando a atenção
para meu inferno, tenho que procurar a chave da porta onde a criatividade se
escondeu. E parece que a paciência foi
junto com ela, pois ela está dando menos sinais de existência a cada minuto.
O melhor que faço
agora é sentar na velha poltrona, pegar um livro, fechar os olhos um minuto e
ler até a luz tomar o lugar da escuridão.
No meu inferno
particular, nada é distinto, além das janelas, onde posso ver outros mundos, de
pessoas sorridentes e alienadas. Paraísos e infernos incrivelmente distintos,
de pessoas que engolem qualquer coisa e se contentam apenas com a felicidade
material. Os mundos alheios fazem parte de meu inferno. Mundos de pessoas que veem
novela, ouvem musicas que usam onomatopeias que expressam vulgaridades
camufladas e não tem um livro na cabeceira.
Depois de ler e
pensar um pouco, vejo que não foi a criatividade que se escondeu. Ela me
trancou nesse inferno, nesse mar de escuridão e duvidas. Repentinamente, a
porta se abre e subo as escadas para o cotidiano. Não o paraíso, não ainda.
Meu inferno particular
não é tão ruim, às vezes. Faz-me ter um mínimo de auto compreensão. Já que uma
olhar no espelho não mostra quem você realmente é. Personalidade não se reduz a
palavras e sentimentos não são explicados. Cada um deve aprender a usufruir de
seus infernos, de seus paraísos, de seus momentos.
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