sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


Inferno Particular





Bem, eu estava tentando escrever um texto sobre Inferno Particular, mas o que deu foi isso:

 Eu desci para meu inferno. Onde minha criatividade se esconde em um quarto escuro e tranca a porta sem em contar onde está a chave. Nem mesmo lendo os melhores textos, tendo as palavras perfeitas em mente, elas não acham um texto pra se aplicar. Um texto e um contexto.
 No meu inferno particular, há uma poltrona velha, um tocador de vinil e quadros em uma parede escura. Ele pode se confundir facilmente com um lugar onde se encontra a confusão e as duvidas. Uma musica agridoce toca ao fundo, enquanto eu entro em um caos interno, buscando uma lanterna e a chave para o quarto onde a criatividade se escondeu.
 Nesse inferno me sinto vulnerável, e o canto da cama me tara. Olho para o monitor do computador, que ilumina meu rosto, em meio à escuridão à minha volta. Desvio o olhar para os livros e faço uma nota mental de conseguir uma estante. Voltando a atenção para meu inferno, tenho que procurar a chave da porta onde a criatividade se escondeu.  E parece que a paciência foi junto com ela, pois ela está dando menos sinais de existência a cada minuto.
 O melhor que faço agora é sentar na velha poltrona, pegar um livro, fechar os olhos um minuto e ler até a luz tomar o lugar da escuridão.
 No meu inferno particular, nada é distinto, além das janelas, onde posso ver outros mundos, de pessoas sorridentes e alienadas. Paraísos e infernos incrivelmente distintos, de pessoas que engolem qualquer coisa e se contentam apenas com a felicidade material. Os mundos alheios fazem parte de meu inferno. Mundos de pessoas que veem novela, ouvem musicas que usam onomatopeias que expressam vulgaridades camufladas e não tem um livro na cabeceira.
 Depois de ler e pensar um pouco, vejo que não foi a criatividade que se escondeu. Ela me trancou nesse inferno, nesse mar de escuridão e duvidas. Repentinamente, a porta se abre e subo as escadas para o cotidiano. Não o paraíso, não ainda.
 Meu inferno particular não é tão ruim, às vezes. Faz-me ter um mínimo de auto compreensão. Já que uma olhar no espelho não mostra quem você realmente é. Personalidade não se reduz a palavras e sentimentos não são explicados. Cada um deve aprender a usufruir de seus infernos, de seus paraísos, de seus momentos.






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